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Amarelei!

por umavidasemcouves, em 02.04.16

Raspagem da flor

 

Na guarda, ganhar um dos braços. NUNCA LARGAR. Desequilibrar o adversário com as pernas. Abrir guarda, colocar o pé do lado do braço bloqueado colocado à anca. De seguida, agarrar a calça do lado contrário ao braço bloqueado. O movimento tem de ser rápido e explosivo. A perna do lado da calça agarrada sobe junto à axila, como se fosse um volante.

 

Três variações de ataque

O ataque será sempre motivado pela resposta do adversário. Se o adversário autoriza a raspagem, ir imediatamente para a montada. São seis pontos conquistados. Existem dois ataques possíveis. Se o adversário não dá a raspagem e volta para a guarda. aplicar triângulo. Encostar o braço controlado ao peito, movimento de anca e fechar o estrangulamento. Ajustar e finalizar.

 

Se, durante a raspagem, o cotovelo do adversário NÃO ficar no chão, aplicar chave no braço colocado. Passar a perna, controlar o braço (cotovelo na minha virilha) e finalizar, elevando as ancas. Polegar do braço do adversário sempre para cima.

Se o cotovelo do adversário for para o chão durante a raspagem, a chave será no outro braço, o braço com que ele se vai apoiar para impedir a queda. Abraçar esse braço, perna atravessada nas costas do adversário e subir no cotovelo. De seguida, passar com o joelho junto à cara do adversário e deslizar, sempre a controlar o braço. Depois de cair, controlar o braço (sempre justo) e finalizar, com a barrigada junto ao cotovelo. Se ele der a cambalhota para defender, finalizar na posição "normal"

 

 A última semana foi disto. Terça-feira não treinei por estar constipado e não me sentir com forças. Amarelei, para ser sincero. Na quinta-feira, o treino correu mal, muito mal. Estava sem vontade, a sentir-me fraco e desconcentrado. Foi mau, o meu parceiro de treino andou comigo às costas e não treinou nada de jeito por minha causa. As lutas foram más. Fui finalizado por todos, incluindo por um faixa branca que nem conhecia. Bati uma vez com um triângulo, e outra nas costas, e nunca estive perto de lhe passar a guarda. Melhorei na aula de sexta-feira. Fui quase um professor, e apercebi-me que até tenho jeito. Teoricamente foi um belíssimo treino, na prática também. E estrangulei na guarda, algo que já não fazia há meses

 

A jornada continua.

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Treinar, treinar, treinar

por umavidasemcouves, em 24.03.16

Os últimos treinos não têm sido fáceis. Quatro dias seguidos a treinar deixaram-me de rastos. Dói-me tudo. A faixa azul obriga-nos a dar ainda mais. Se conseguir um ano a treinar assim, vou evoluir muito. Mas está a doer. Nos últimos dias, temos insistido em guardas-aranhas, raspagens com ganchos e transições. Tenho-me safado bem, mas bloqueio nas lutas. Não consigo fazer metade do que sei.

 

A minha condição física condiciona-me todas as lutas. Tenho muita dificuldade contra gajos brutos e atléticos. É difícil pôr um ritmo baixo na luta, e acabo em más posições e quase sempre finalizado. Hoje foi assim, contra um tipo da Marinha, que mais parece um carro de assalto. Mas obriga-me a ser melhor.

 

Os meus colegas querem ir ao campeonato nacional. Acho prematuro. Preciso de chegar aos 94 quilos para isso. Estou a pensar federar-me, e tentar o Open em novembro. Pode ser uma das maiores vergonhas da minha vida, mas vou divertir-me no processo.

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Quero treinar

por umavidasemcouves, em 12.03.16

Não treino deste quinta-feira, e já começo a ficar doido. Só volto ao tatame na terça, só vou ter dois dias para treinar. O jiu-jitsu é das coisas mais viciantes que existem. Desde que recebi a faixa azul, que percebi que vou ter de dar ao pedal. E muito. Nesta altura, só penso numa coisa: guarda, guarda, guarda. A minha defesa é péssima. Passei tanto tempo em cima, que sou péssimo em baixo. Passam-me a guarda com facilidade.

 

Percebi que tenho de trabalhar a minha guarda. A aula da última quinta-feira foi útil. Gostei das palavras do Henrique Pereira. Não me vale de nada saber berimbolos e De la Rivas, se não sei fazer um armlock na montada. Quando estou em baixo, dou comigo a meter ganchos nos advesários, e a não saber que porra faço com eles. Vou ter de simplificar.

 

Adorei a raspagem que passaram e acho que a vou usar. Ficar em baixo, controlar as mangas, chutar a perna para longe e pôr o adversário de lado. Se seguida, usar a manga como alavanca e abraçar a perna. Controlar pano, seja faixa ou químono, e proteger o pescoço. Fazer logo a levantada técnica. Gostei mais de trocar as mãos e raspar a perna, do que tirar a perna direita e levantar a perna do adversário a agarrar no calcanhar dele. Acho a posição mais forte. Vou treiná-la até mais não. Preciso de duas, três posições na guarda a que possa confiar a vida. É nisso que vou pensar agora.

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A faixa azul

por umavidasemcouves, em 10.03.16

Perdoem-me o silêncio, mas os últimos dias têm sido intensos. O efeito surpresa foi-se todo, mas foi emocionante. Mal entrei na academia, estava a faixa e o diploma na receção. Já sabia que a ia receber. O treino correu mal, tinha feito análises horas antes e os rolamentos deixaram-me mesmo tonto

 

Mal terminou o treino, fui chamado pelo professor. O momento foi especial, pois tive 20 pessoas a aplaudirem-me. Quase chorei. Elogiaram a minha postura, a minha assiduidade, e a forma como, ao longo de um ano, não desisti. Treino após treino, a superar as dores e as limitações. Ter a faixa azul na minha cintura foi um dos momentos mais felizes da minha vida. Um orgulho enorme. A exigência aumentou. O caminho da faixa azul para a roxa será longo e mesmo muito difícil. A maioria desiste. Eu não sou de desistir. Nem que demore dez anos.

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A hora da verdade

por umavidasemcouves, em 05.03.16

Nota mental: nunca mais faltar à cerimónia de graduação.

 

Ver todas as fotografias foi um murro grande. Achei estranho ver tanta faixa azul na portaria. Basicamente, todos os que entraram comigo e treinam-se comigo receberam a faixa azul. Nunca pensei.

 

Das duas, uma. Ou vou receber a faixa azul na próxima semana, ou vou ter de andar mais um ano a correr atrás deles. Se isso acontecer, não sei se vou aguentar. Tenho medo de me ir abaixo psicologicamente. Ou de os matar quando lutar com eles.

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Os faixas roxas são os piores

por umavidasemcouves, em 01.03.16

Raspagens, idas para as costas, lutas e mais lutas. Foi um belo dia para levar na boca dos faixas roxas. São os piores. O branco tem medo, o azul respeito. O castanho quer divertir-se, o preto ensinar. O faixa roxa só quer dar porrada. Usa os faixas brancas para fazer o que sabe melhor, sempre com a certeza que não terá grande resistência. Fica com o ego nos píncaros para se atirar aos mais graduados. No meio disto tudo, abriu-me o lábio (não teve culpa) e sujei o químono. Sexta há cerimónia. Vamos ver o que me calha.

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Tempo e paciência

por umavidasemcouves, em 26.02.16

Imaginem um gajo que é fraquinho no jiu-jitsu. Vai treinar e, mal entra na academia, já se quer pôr a milhas. Equipa-se, entra no tatame...e acaba numa aula com o mestre (faixa preta), um lutador profissional de MMA, e um militar. E não é que foi o que eu estava a precisar?

 

Dei tudo o que tinha e não tinha. De falta de esforço nunca me poderão acusar. Insistimos em triângulos, e até não me safo mal naquela finalização. Fujo o quadril com facilidade, fecho melhor o triângulo e tenho força nas pernas. É o estrangulamento que melhor conheço. Já levei tantos, que conheço os ataques e contra-ataques de cor.

 

De seguida fizemos guarda, num dos drills mais intensos, exigentes e cansativos que há. Sobretudo para quem está em baixo. Fiquei exausto, a ver estrelas, dei o que pude, e consegui passar guarda duas vezes a um atleta mais forte do que eu. E só na técnica.

 

Nos rolas foi até cair. Sem ligar a derrotas, a bater quando tinha de bater, a aplicar aquilo que sei, por melhor que fosse o adversário. O melhor do jiu-jitsu são as relações que se criam. O sucesso individual depende do sucesso coletivo. Sem os incentivos dos meus colegas e professor, já tinha desistido. Posso não gostar de ouvir um «tens de trabalhar mais», porque não há ali ninguém que trabalhe mais do que eu. Mas gosto que reconheçam o meu esforço, e que me digam que fui a pessoa que mais evoluiu num ano.

 

Na próxima semana há cerimónia de graduações. Infelizmente não poderei ir. Ficarei feliz por todos os meus parceiros de treino. Gostava de receber, pelo menos, mais um grau. Pelo esforço. Não justifico muito mais. Ainda falta muito para a faixa azul. Com tempo e paciência chegarei lá.

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Sou uma merda no jiu-jitsu

por umavidasemcouves, em 24.02.16

Há mais de um ano que entrei numa das viagens mais loucas da minha vida. Eu só queria fazer exercício. Meti-me no jiu-jitsu. Entrar numa arte marcial aos 31 anos, com 104 quilos, sem nenhuma experiência na área, foi uma loucura. Ainda hoje não sei o que me deu para ter aceite. Meia hora antes da primeira aula, estive para me ir embora. Não fui. Ainda hoje estou para saber se tomei a opção correta.

 

O jiu-jitsu tem sido um carrossel e físico. Os lutadores profissionais falam de uma viagem. Eu falo de sofrimento. Os primeiros meses foram horríveis. Lesões frequentes, entorses, dores nas costelas, e o início de um síndrome vertiginoso, com tonturas constantes, consequência das cambalhotas e dos enrolamentos. Ainda hoje fico zonzo quando faço um enrolamento para trás. Nunca desisti, sempre pensei que esse sofrimento era necessário. Que cada estrangulamento que sofria me iria fazer mais forte. Que só precisava de um ano de base para aprender a sério. Talvez me tenha enganado.

 

Tive momentos bons. Foi bom quando emagreci. Foi bom quando comprei químonos novos e me senti confiante. Foi bom quando finalizei pela primeira vez numa chave de braço. Mas passou. De dezembro para cá que os treinos estão a correr mal. Muito mal. Recuperei o peso que tinha. Para um tipo com mais de cem quilos, fazer jiu-jitsu é muito difícil. O que os outros fazem com facilidade, a mim custa-me. É raro o treino que não me deixa com dores. Já me podia ter magoado a sério e tenho medo disso. Não há ninguém que se esforce mais do que eu. Mas isso está mal. Não me devia esforçar tanto. A coisa devia fluir.

 

Os últimos treinos têm sido um inferno. Fisicamente estou péssimo, psicologicamente ainda estou pior. Não tenho gás, sou uma desgraça a nível técnico e não tenho garra. Entro em todas as lutas já derrotado. Mal sei passar uma guarda, sou péssimo por baixo e consigo ser finalizado quatro a cinco vezes em apenas seis minutos. Hoje foi um suplício. Hoje não fui só finalizado. Hoje levei porrada a sério. Para que é me sujeito a isto? Tenho dois cursos superiores, estou à beira dos 33 anos, e continuo a sentir-me como o miúdo gordo que saía a chorar das aulas de ginástica porque tinha medo de fazer cambalhotas. Fico ainda pior quando vejo a impotência do meu mestre. Todos os conselhos que me dá não servem. Raramente faço alguma coisa de jeito.

 

Não quero desistir. Não vou desistir. Seria incapaz de me olhar ao espelho. Mas o jiu-jitsu deixou de me dar prazer. Tornou-se um suplício. A minha namorada é a pessoa que mais incentiva, e sei que vai detestar ler isto. Mas a verdade é esta: sou uma merda no jiu-jitsu. Tal como fui no ténis. Investi tanto dinheiro em aulas e equipamento, e não consegui nada de jeito. É vergonha assumir que não temos jeito?

 

Os meus colegas já perceberam. Puxam por mim, mas não adianta. Neste momento, se não fosse pelo mestre, saía de lá. Mas porra, se os outros são capazes, porque é que eu não sou?

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Começa a guerra

por umavidasemcouves, em 06.06.15

O futebol português está ao rubro. A ida de Jesus para o Sporting deixou Luís Filipe Vieira irado. Na Luz, a próxima época seria de contenção e aposta na formação. Mas as ondas de choque da ida de Jesus para Alvalade são tão grandes...que Vieira está disposto a tudo para contrariar o antigo treinador. Quer isto dizer que o Benfica vai apostar forte no mercado, nem que para isso tenha de aumentar passivo.

 

As ondas de choque também chegaram ao Restelo. Jorge Jesus convidou José Luís, diretor do Belenenses, para o acompanhar até Alvalade. Ia ganhar mais do que o dobro. Os dois trabalharam no Estrela da Amadora, e Jesus sempre o quis com ele. Mas Vieira não achou piada. E aconselhou José Luís a não acompanhar Jesus para o Sporting. Até Jorge Mendes ligou ao diretor do Belenenses a rasgar JJ. Do outro lado, Jesus insistiu para assinar pelo Sporting. A prudência falou mais alto e resolveu ficar no Belenenses.

 

Sabem uma coisa? Isto ainda agora começou.

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O verdadeiro Sporting

por umavidasemcouves, em 04.06.15

Sou sportinguista desde sempre, sócio há 13 anos, e nunca me senti tão envergonhado como hoje. Nem quando perdemos com FC Porto ou Benfica, ou levámos na boca da Académica numa final da Taça de Portugal. Até a final da Taça UEFA perdida em Alvalade eu ultrapassei. Mas este vexame que estou a passar (eu e todos) jamais irei esquecer ou perdoar.

 

O ridículo é tanto que o Sporting alega que, na final da Taça de Portugal, Marco Silva não usou o fato oficial do clube. Até isto serve para despedir uma pessoa...

 

Espero, sinceramente, que Marco Silva saiba distinguir as coisas. Que não julgue que isto é o Sporting. Porque não é! O Sporting, o verdadeiro, é enorme e não trata assim quem acabou de lhe dar um título. Espero que, daqui a uns anos, Marco Silva olhe para trás e sinta orgulho de ter treinado o Sporting. Bruno de Carvalho à parte. Porque os verdadeiros sportinguistas nunca o esquecerão.

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