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Frustração

por umavidasemcouves, em 26.02.14

Estou a poucos dias de fazer 31 anos e oito na minha atividade profissional. E nunca me senti tão frustrado como me sinto hoje. Pela minha vida laboral e, até, pela minha vida pessoal. E tudo está ligado.

 

Encontrei a mulher da minha vida, a pessoa com quem quero passar os meus dias e frustra-me não lhe poder dar a vida que ela merece e que eu gostava de ter. Porquê? Porque ganho demasiado pouco. Magoa-me olhar para uma casa minúscula e perceber que não lhe posso dar mais do que aquilo.

 

Trabalha-se, dá-se o máximo, mas o ordenado não cresce. E sentimos que não podemos por nada em causa, já que temos que nos dar por satisfeitos por termos emprego.

 

Depois chegamos à nossa empresa, olhamos à nossa volta e vemos o que nos rodeia. Uns comentam as férias em Paris, outros dedicam-se a uma liga imaginária. Ninguém sabe, ninguém fala com ninguém. «Acho que...», «parece que». Pensa-se em trabalhos desinteressantes, repletos de estatística, muletas para quem não sabe fazer mais nada. O jogo número tal, o número de minutos sem sofrer um golo, a série sempre a vencer. Merdas que não interessam a ninguém. Depois olhamos para a concorrência e vemos tudo aquilo que não vemos na nossa empresa. Um levou 18 pontos na cabeça, outro foi para os Estados Unidos e nós nada.

 

Sinceramente, nunca me senti tão frustrado na minha vida.

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Enfim

por umavidasemcouves, em 21.02.14

A cadeira de sonho é a maior desilusão da minha vida.

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Isto é tudo tão feio

por umavidasemcouves, em 20.02.14

Já se percebeu que o mundo da música anda pelas ruas da amargura. Sinais dos tempos, em que os cortes na cultura são mais do que muitos, num país com preferências pelos artistas da moda. Fernando Tordo emigrou para o Brasil aos 65 anos, não querendo aceitar um destino com pouco menos do que 300 euros de reforma. Se o fez, foi porque ainda teve um pé de meia para isso. Outros não tanto...

 

O Correio da Manhã publica esta quinta-feira que a cantora Dora trabalha num McDonalds. E publica a foto como se a artista tivesse batido no fundo. E isto repugna-me. Qual é o problema de Dora estar a trabalhar ali? Infelizmente, existe uma conotação negativa em relação àquele restaurante, como se trabalhar no McDonalds fosse mais baixo do que vender o corpo.

 

Isto é tudo tão feio.

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Aceitar que somos uma merda

por umavidasemcouves, em 18.02.14

Lição das últimas semanas. Uma pessoa acha que sabe mas, na verdade, não sabe nada. Olha para o lado, olha para cima e vê...que os outros sabem menos ainda.

 

No fundo, nenhum de nós sabe o que quer que seja. 

 

Mas achamos que sabemos tudo.

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Pressão.

por umavidasemcouves, em 07.02.14

Estou numa daquelas semanas em que só me apetece gritar.

 

Esta foi a semana em que fui promovido. Mas esperem, uma promoção não pressupõe mais dinheiro? Pois, se calhar não foi assim uma promoção grande. No espaço de três anos passei de um perfeito desconhecido para uma quase vedeta. Não que isso me traga mais dinheiro...Afinal, até os encostados, os inúteis e os bêbados sacam mais dinheiro do que eu.

 

O meu nome foi o mais falado no meu local de trabalho na semana que agora termina. Nunca me senti tão pressionado como me sinto agora e a pressão que estou a colocar em mim próprio também não me está a ajudar. Tenho hoje mais medo de falhar do que tive há três anos, quando coloquei o meu trabalho em risco. Dei o maior salto para fora de pé na minha vida e ainda estou a aprender a nadar.

 

Pela primeira vez, tenho de gerir as minhas próprias expectativas, as expectativas dos outros e conseguir brilhar, tal como fiz ao longo deste período. Pelo meio, há quem acredite em mim, há quem esteja feliz por mim, mas que não esconde a inveja e há quem já nem me fale. Para ser sincero, ligo pouco a toda esta gente. Não há nenhum chefe no Mundo que seja mais exigente do que eu próprio. Acreditem.

 

No meio disto tudo, sinto-me numa má forma enorme, o meu peito parece que vai explodir. Por mais exercício que faça, continuo gordo e comprar umas calças só me deixou ainda mais irritado. Para escolher um par, experimentei mais de dez. E não é agradável quando o tamanho maior em duas das lojas da moda nem sequer me passa pelas pernas...

 

No meio disto tudo, voltei a ver uma casa. Até constatar, novamente, que tudo é demasiado dinheiro para o estúpido salário que tenho. É fazer contas e mais contas e chegar à conclusão que corro o risco de investir as minhas poupanças na casa de outra pessoa qualquer.

 

Hoje, pela primeira vez em muitos anos, fui ao ginásio de raiva. Fiz mais de uma hora de cardio, fora dos pesos, só a suar. Mas nem tudo corre bem. Esqueci-me do iPod e tive de andar a ouvir a Miley Cyrus. Agora nesta fase da carreira em que virou puta.

 

No meio disto tudo, uma boa notícia! Uma rapariga que conheço gastou 3000 euros numas mamas. Esse era, mais ou menos, o dinheiro que eu gastaria em todos os electrodomésticos e mobília para a casa. Ela gastou-o numas mamas. Prioridades.

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