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Sou o pior faixa branca de sempre. E é isso que vai tornar a viagem épica. (Entretanto ganhei a faixa azul, o que torna isto ainda mais inacreditável!)
A maoria das pessoas adora viajar. É fantástico visitar outros países, observar costumes diferentes, ver monumentos e poder dizer «eu já lá estive». Eu adoro viajar, mas dispenso os monumentos. Eu quero é ver estádios. Não quero ir a Roma ver o Coliseu, quero ir a Roma ver o Olímpico.
A melhor coisa da minha profissão é poder ver estádios. Aqueles segundos que nos separam do relvado são mágicos. Lembro-me quando era miúdo. Mais do que ver o jogo, o que eu gostava mesmo era quando entrava no velhinho Alvalade. As pessoas nem sonham na quantidade de histórias que uma bancada conta. Alegrias, tristezas...
Na minha vida já levo alguns estádios, muitos no estrangeiro. O mais bonito talvez seja o do Dragão. Estádio bonito, um azul enorme, em perfeita harmonia na cidade. É demasiado bonito para dar aquele ambiente de estádio, embora a atmosfera seja bonita e pesada. Aquela gente intimida mesmo e é não é para brincadeiras.
Em Portugal, o estádio mais imponente e com a melhor vista da tribuna é o da Luz. Impressiona pelo tamanho, embora haja demasiado silêncio nas bancadas para um recinto tão grande. Alvalade cria um ambiente bonito, nada a ver com o antigo, mas aquelas cores todas não favorecem o estádio. O mesmo acontece com Algarve, Coimbra e Leiria. Meu Deus, que coisas são aquelas?
Em Portugal, há o do Bonfim, o estádio mais frio do País e onde os nativos gostam de esmurrar o vidro dos jornalistas quando a coisa corre mal. A vista no Restelo é lindíssima. Mas tanto azul e o Tejo ali ao fundo dá para dormir. As bancadas estarem desertas não ajuda em nada! No Estoril nasce o vento e é impressionante a quantidade de golos de canto direto que existem. Adoro o Estádio Nacional, pela envolvência do local, pelas bancadas em pedra e por toda a história. Mas, para trabalhar, é terrível.
Em Espanha, já andei pelo Camp Nou, Santiago Bernabéu e Vicente Calderón. O estádio do Barcelona atá assusta pela dimensão, mas o ambiente é uma desilusão. O do Atlético de Madrid é horrível, demasiado velho, mas os «colchoneros» são gigantes. Mas nada como os adeptos do Real Madrid, que assobiam e criticam a equipa como nunca vi!
Em Malta, já estive no Ta'Qali, um estádio perdido no meio das vinhas. Em Israel estive no velho Ramat Gan, onde joga a seleção, um estádio deteriorado. Nesse mesmo país, estive no Ha Moshava, em Petah Tikva, o estádio mais giro onde já estive.
Já joguei à bola no campo do Heracles, um dia antes do Ajax lá ir jogar. Na Polónia, pisei o melhor relvado que alguma vez vi, em Gdnya. Em Inglaterra, mal dei peo Craven Cottage, quando fui ver um Fulham-Celtic. Foi aí que me apaixonei pelo Celtic. Têm, de longe, os melhores adeptos do Mundo.
O jornalismo anda a viver um dos piores períodos da história. O advento das redes sociais e dos smartphones transformam qualquer pessoa num possível jornalista e, aos poucos, mostram-nos que os jornalistas são descartáveis.
As redações estão cada vez mais despidas, a maioria dos profissionais ganha pouco e os que ganham mais pouco ou nada acrescentam (ou querem acrescentar). Ainda assim, nunca vi tanto erro no jornalismo como agora. Só hoje foi o PSD que eliminou o Leverkusen (em vez do PSG), o FC Porto a jogar com o Tottenham (em vez do Nápoles) e outro sem número de gralhas. É rara a notícia num jornal online que não tem uma gralha. Pior, até erros ortográficos já vi em manchetes. Já ninguém vê, já ninguém edita. É como se não quisessem saber.
Mas o que se passa?
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