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A minha água de côco #11

por umavidasemcouves, em 09.07.14

O Mundo está em estado de choque com a derrota do Brasil. Em casa, numa meia-final de um Campeonato do Mundo, massacrados pela Alemanha, vergados por um 7-1. Isto é história. Da mesma forma que, ainda hoje, se fala no Maracanazo (em 1950, o Uruguai tirou o Mundial ao Brasil, no Maracanã), muito se vai falar no Minerazo, a maior derrota da história do futebol brasileiro, os pentacampeões do Mundo.

 

Mais do que a humilhação, importa perceber onde é que o Brasil falhou. E porque pareceu esta derrota tão simples. O que tem esta Alemanha e nunca teve o Brasil? Organização. De onde isso vem? Do treinador.

 

Scolari nunca foi, propriamente, um bom treinador. E demonstrou estar completamente ultrapassado. Scolari teve o seu mérito em 2002, quando levou o Brasil à conquista do Mundial. Fê-lo no pior Campeonato do Mundo da história, com a FIFA a tentar levar, sem pudores, a Coreia do Sul até à final. Scolari aproveitou cinco jogadores de topo para construir uma equipa campeã. Tinha Cafu, Roberto Carlos, Ronaldinho, Rivaldo e Ronaldo. E, mesmo assim, ainda precisou de ajudas para chegar à final. Ao serviço de Portugal, aproveitou a melhor geração de sempre do futebol português e a base do FC Porto de José Mourinho. Ficou à beira da glória, no Euro 2004.

 

Depois disso, a carreira de Scolari foi um desastre. Do Chelsea ao Palmeiras, até ao jogo de hoje. O treinador brasileiro nunca se adaptou e foi esmagado. Nunca se percebeu a estratégia ou o plano de jogo do Brasil. A bola chegava como podia ao ataque, o meio-campo não existia e David Luiz chegou a sair da sua posição para tentar tirar a bola...a Hummels. Correu mal, e a Alemanha marcou.

 

O futebol brasileiro continua a ter grandes executantes, mas deixou de ter grandes treinadores. Quantos treinadores brasileiros orientam equipas de topo? Nenhum. Os últimos foram Vanderlei Luxemburgo (Real Madrid) e Scolari (Chelsea). Ambos um desastre. Nunca souberam evoluir. E, num país tão patriota e orgulhoso, contratar um estrangeiro seria humilhante.

 

Do outro lado temos uma Alemanha inacreditável. Depois da humilhação no Euro 2000 (o fim de uma geração), a Alemanha soube trabalhar a formação. Hoje em dia, o jogador alemão mudou. Continua o poder físico e a inteligência tática, mas ganhou um virtuosismo técnico que não existia. Hoje vemos um Kroos, um Ozil, um Reus ou um Gotze. Algo impensável, há uns anos. Depois, os alemães souberam evoluir. Contra o Brasil, a formação germânica pareceu uma Espanha ainda mais letal. Consequências da aposta do Bayern (o clube que mais jogadores fornece à equipa) em Guardiola. 

 

O dia de hoje foi histórico para o futebol. Ao ler alguns comentários na Internet, vejo mais brasileiros a atacar a Europa do que preocupados com o que aconteceu. É pena. Os brasileiros têm uma paixão única pelo jogo. O maior orgulho daquele povo são as cinco estrelas no emblema, uma por cada Mundial conquistado. A Alemanha tem três. Será difícil não ter a quarta. Ou o Brasil investe em treinadores...ou o hexa campeão será outro daqui a uns anos.

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O caso Enzo Pérez

por umavidasemcouves, em 03.07.14
Enzo Pérez, jogador do Benfica, insultou um jornalista português na zona mista do Argentina-Suíça, em São Paulo. Alexandre Santos, repórter da RTP, quis falar com o jogador, este colocou um semblante carregado e mandou-o à merda.

Se fosse com alguém da imprensa escrita, o caso passava despercebido. Mas foi filmado. E tudo passou para as redes sociais. Houve logo quem dissesse que Enzo Pérez tinha mandado Portugal à merda, mas o próprio Alexandre Santos desmentiu tal cenário. A única pessoa que ia à merda era o repórter da RTP.

Enzo Pérez esclareceu logo que não insultou o país. Veio com aquela lenha-lenga de quem diz que gosta muito de Portugal. E pronto, está tudo esclarecido. Portugal não foi insultado. Apenas um jornalista foi ofendido. E Enzo Pérez ainda passa por vítima.

Isto é apenas uma amostra do que é ser jornalista neste País. Amanhã, se for preciso, o mesmo repórter que foi insultado por um jogador tem de tentar entrevistá-lo de novo. E sujeitar-se ao mesmo.

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