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Sou o pior faixa branca de sempre. E é isso que vai tornar a viagem épica. (Entretanto ganhei a faixa azul, o que torna isto ainda mais inacreditável!)
Se o Sporting opta por Jesus, está no seu direito. Mas Marco Silva não merecia ser tratado assim. Despedir um treinador com justa causa (e logo depois de ter ganho uma Taça de Portugal!) é feio, muito feio. Caso Bruno de Carvalho não tenha reparado, nenhum sportinguista queria a saída de Marco Silva. Assim não se faz.
A ida de Jorge Jesus para o Sporting é a maior bomba no defeso desde 1993, quando Sousa Cintra aproveitou os problemas financeiros do Benfica e contratou Paulo Sousa e Pacheco. Esteve próximo de adquirir João Pinto, mas Jorge de Brito segurou-o. João Pinto acabou por ir para Alvalade, em 2000, numa transferência quase inevitável.
Esta jogada de Bruno de Carvalho deixou os adeptos do Benfica num estado de fúria e incredulidade que nunca vi. A maioria sempre temeu que JJ fosse para o FC Porto. Nunca ninguém temeu o Sporting. Bruno de Carvalho tem uma atitude que não se via em Alvalade desde João Rocha e Sousa Cintra. Uma mistura entre arrojo e irresponsabilidade. Para Bruno de Carvalho não há impossíveis. Veremos o que acontece no futuro.
Mas a ida de Jorge Jesus para o Sporting e consequente saída do Benfica levantam várias questões. Aqui ficam algumas que acho pertinentes.
A saída
A relação entre Vieira e Jesus estava longe de ser perfeita. E não era de agora. JJ gosta de ter o controlo de tudo, e sentiu que já não o tinha. A contratação de Mukhtar, em janeiro, e de Marçal, Ederson, Diego e Hassan, para a próxima época, não tiveram a sua autorização. JJ não gostou de ver o processo da renovação de Maxi Pereira a arrastar-se. Mais recentemente, não ficou contente quando soube do pré-acordo com Rui Vitória.
O treinador do V.Guimarães há muito sabia que seria o substituto de Jesus, ao ponto de ser indemnizado se Jesus ficasse. Vieira sempre pensou que JJ sairia para o estrangeiro, mas os convites que surgiram não lhe agradaram. Ao longo deste último mês, Jesus sabia do interesse do Sporting, e nunca o rejeitou. Informou-se sobre o plantel leonino e foi recolhendo informação. Mas a prioridade era o Benfica. Mas cedo Jesus percebeu que Vieira já não o desejava. As reuniões entre ambos não chegaram a qualquer acordo, e Jesus ficou ainda mais magoado quando o Benfica e Jorge Mendes, à pressa, lhe arranjaram um clube em França. Jesus recusou. Estava consumada a saída do Benfica.
Porquê o Sporting?
Acredito que a parte emocional foi importante. Jesus não quis sair de Lisboa devido ao debilitado estado de saúde do pai. Todos conhecem o passado ligado ao Sporting e, pelo que sei, as pessoas mais próximas do treinador encorajaram-no a ir para Alvalade. Mas não vamos ser ingénuos. O contrato milionário também ajudou.
O projeto do Sporting
Mais do que roubar o treinador ao rival, contratar JJ significa que o Sporting quer ganhar tudo. Mas pagar seis milhões de euros por ano é loucura. O dinheiro vem de investidores de Angola e Guiné Equatorial. Mas ninguém dá assim tanto dinheiro a fundo perdido. Quais são as contrapartidas?
Contratar JJ significa que o Sporting tem de aumentar o orçamento. Jesus não aceitaria os leões sem garantias de ter uma equipa competitiva para lutar por títulos. Acredito que nenhum dos principais jogadores sairá. Aposto que as contratações serão sonantes. Logo, não consigo perceber o que raio vai na cabeça de Bruno de Carvalho. Quando chegou ao Sporting, conseguiu a reestruturação financeira e poupou onde pôde. Impôs tectos salariais e um orçamento para o futebol a rondar os 25 milhões de euros, menos de metade dos rivais. Tem a UEFA à perna com o fair-play financeiro, e decide passar a gastar o que não tem? Veremos o que será o futuro do Sporting e o preço a pagar por esta operação. Com mais três anos de contrato, Marco Silva era perfeito para a estratégia atual do Sporting.
A queda da formação
A contratação de JJ significa a queda da formação. Só pode. Mais do que um projecto, a aposta do Sporting na formação era uma filosofia. Mas isso nunca deu campeonatos ao Sporting. Deu aos rivais…Na verdade, a formação do Sporting atravessa uma crise. Abaixo da equipa principal, só vejo quatro jogadores com capacidade de chegar à primeira equipa: Iuri Medeiros, Gelson Martins, Wallyson e Matheus Pereira. JJ é o treinador perfeito para espremer os jogadores. Estou curioso para ver o que conseguirá de William Carvalho, Carrillo ou João Mário. E isso é algo que Marco Silva ainda não tem. E não me parece que alguma vez venha a ter.
Ser Sporting é ganhar um troféu quando se perde por dois golos a dez minutos do fim. É nunca desistir, acreditar sempre. Contra tudo e contra todos, até com um guarda-redes coxo. Final épica.
Esta coisa de receber uma equipa de futebol na Câmara Municipal serve mesmo para quê? Não basta já fechar a maior avenida de Lisboa para festejar um título de futebol? Se eu ganhar amanhã um torneio de sueca, e for de Lisboa, também posso ser recebido na autarquia?
As fotos aqui exibidas foram tiradas em Guimarães. Mostram o estado em que ficou o armazém do V. Guimarães, depois de ter sido assaltado por adeptos do Benfica. Levaram vestuário, calçado e até trolleys, como mostram as imagens. As bolas que se veem no vídeo são oficiais de competição, custam 150 euros cada, e pertenciam ao clube. Só ficaram as canecas. Logo no local, deu para perceber que existiam várias pistas. No meio da confusão, houve quem tivesse deixado os óculos no chão, por exemplo.
Ao ver o armazém e o estado em que ficou o bar e as casas de banho, jamais pensaria que o assalto tivesse sido assim. Mas o vídeo divulgado pelo Jornal de Notícias ver aqui
mostra algo que nunca pensei. Afinal, não foram as claques que pilharam o armazém do clube. Foram pessoas normais, bem vestidas, que nem se devem ter apercebido que aquilo era crime.
Toda a gente elogiou Luís Filipe Vieira pelo comunicado de ontem, ao demarcar-se da violência na noite do Marquês. O apoio ainda foi maior, depois de conhecida a intenção do Benfica em convidar para a festa do título o pai e as duas crianças agredidas em Guimarães. Mas, quem sabe se nas bancadas da Luz não estarão algumas destas pessoas, que fizeram este triste espetáculo. Esperava-se uma reação enérgica por parte da Direção do Benfica a condenar estes acontecimentos. Mas ainda ninguém falou sobre o assalto. É óbvio que Vieira é o menos culpado por isto, mas isto não pode passar impune. Isto envergonha os verdadeiros benfiquistas. Não se pode confundir a parte com o todo. Mas uma coisa é certa. Dois dias depois, já ninguém fala do campeonato do Benfica. Mas fala-se do que alguns adeptos das águias fizeram. E os verdadeiros benfiquistas não mereciam isto.
Vou ser direto. Sou contra isto do Marquês. E aqui não há clubes. Não percebo como se pode, a um domingo à noite, fechar a principal praça de Lisboa para se festejar um campeonato. Milhares de pessoas, ruas sujas, monumentos vandalizados e uma confusão enorme. Tudo por causa de futebol. Não existem estádios para isso? Adiante.
O Benfica fez o que quis da praça e, admita-se, parecia um bom trabalho. A estrutura à volta da estátua protegia o monumento, evitando os problemas do ano passado. O que se viu nas horas seguintes anula toda a festa que estava montada. Adeptos em confronto uns com os outros, a atirarem garrafas e o que encontravam. Daí aos problemas com a policia foi um passo. A festa que devia terminar às quatro da manhã foi encerrada à uma por ordem policial. Vi nas imagens crianças ainda acordadas àquela hora, a festejarem o título. Enfim.
Não estive em Lisboa, estive em Guimarães. E o que vi em Guimarães faz-me ter nojo disto e dá-me razão para me distanciar do que gravita no futebol. Vi um café destruído em confrontos entre adeptos do Benfica e do Vitória, depois de centenas de benfiquistas sem bilhete ali chegarem só para arranjarem problemas. E se houve alguém que saiu mal visto de Guimarães foi a polícia. Fiquei chocado quando vi o que aconteceu ao estádio do Vitória. Casas de banho queimadas, um bar destruído, um armazém assaltado e um cheiro a queimado que vocês não imaginam. Onde andava a polícia? Ninguém sabe.
Cá fora, um elemento da PSP batia de forma inacreditável num homem que só estava a defender os filhos. E nem os gritos das crianças o fizeram baixar o bastão. A única coisa no meio disto foi estar por lá a CMTV e gravar tudo. Já estou como diz um colega meu. Isto já acontece há muito tempo, mas ninguém filmava. Valha-nos isso.
O caso tem passado assim de fininho, não tem sido muito falado, fora uma ou outra manchete no Correio da Manhã, e a página habitual nos desportivos. Mas nem aqui faz manchete. É uma das páginas mais negras da história do Sporting, mas, não sei porquê, não está a ser devidamente explorado. O caso Cardinal está para ficar. Hoje foi Godinho Lopes, antigo presidente dos leões, a contar que partiu dele a ideia de vigiar os jogadores do clube. Saber com quem andam, a que horas e onde. Coincidência das coincidências, na Direção do Sporting estava Paulo Pereira Cristóvão, antigo inspetor da Polícia Judiciária e proprietário...de uma empresa de vigilância. Daí a montar a teia foi um passo e com conhecimento de todos: presidente, restante Direção (o Sporting pagava oito mil euros por mês à empresa) e departamento jurídico. Não me choca que os clubes controlem profissionais pagos a peso de ouro. Acontece desde os anos 40. Choca-me que a Direção de um clube pague... a uma empresa de um vice-presidente.
Alguns jogadores foram queixar-se à esquadra, depois de se aperceberem que estavam a ser seguidos. Mas não valeu de nada. Ora, pergunto eu. Se Godinho Lopes sabia e pagava a Paulo Pereira Cristóvão para vigiar os jogadores, vão-me dizer que o presidente do Sporting não sabia que o vice-presidente queria tramar o árbitro auxiliar? Godinho Lopes não sabia da viagem à Madeira e dos 2000 euros depositados na conta de Cardinal? Tenho as minhas dúvidas
Num país a sério, este caso dava descida de divisão ao Sporting. Mas o que é isto comparado com o Apito Dourado? Até esse caso não deu em nada...
Acabou o Revenge.
Foi uma das séries que mais me surpreendeu. Comecei a vê-la quase por acidente, depois de ler uma crítica numa revista. Diziam que era baseada no Conde de Monte Cristo, livro que nunca li. Chamou-me à atenção a Emily Vancamp, dos tempos do Everwood. A história parecia sólida, uma vingança contra uma das famílias mais poderosas dos Hamptons, capazes de tudo por dinheiro. Ao longo de quatro temporadas, não perdi um único episódio e o que mais gostei foi a transformação das personagens. Ali não houve bons ou maus, e é notável ver o que o desejo de vingança transformava as pessoas.
Escrevo estas linhas após ver o último episódio, transmitido ontem nos EUA. Tem um final de alguma forma surpreendente, mas que vai agradar aos fãs. É engraçado este sentimento depois de sabermos que este foi a última vez que vimos a série. É como se parte de nós tivesse acabado também. Não se sabe se por fracas audiências, ou contenção de custos, a ABC decidiu cancela a série, mas nenhum fã se pode queixar. Ao contrário do que acontece com a Anatomia de Grey, por exemplo, Revenge acabou como devia acabar, e no tempo certo. Quatro temporadas chegaram. Para quem ainda não viu, espero que FOX Life transmita por cá. Vai valer a pena.
Se Julen Lopetegui não fosse espanhol, seria levado a sério? Eu acho que sim. O "basco", como diz João Gabriel, não disse mentira alguma. Jorge Jesus não tem qualquer tipo de categoria, é boçal e goza de um manto protetor. Não fosse ser treinador do Benfica e queria ver onde estava. A forma como se comporta no banco de suplentes é disso exemplo. Não respeita os árbitros, a área delimitada e é malcriado para a própria estrutura. Quantos aos erros de arbitragem...estamos conversados.
A cabeça cheia com um vidro de um tablet partido, um reembolso do IRS que não chega, e mais um quimono que é preciso, depois de ter comprado um na semana passada. Sinceramente, por esta altura, pensei que estaria mais crescido. Pelos vistos não.
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