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Sou o pior faixa branca de sempre. E é isso que vai tornar a viagem épica. (Entretanto ganhei a faixa azul, o que torna isto ainda mais inacreditável!)
Agora que já passaram alguns dias depois do derby, e conhecido o corte de relações institucionais entre Sporting e Benfica, apetece-me falar sobre isto. Eu estive em Alvalade no domingo e o que vi? Ódio. Vi ódio, senti ódio. E foi de parte a parte, aqui não há culpados e vítimas. É tudo farinha do mesmo saco.
Vi um adepto do Benfica ser escoltado pela polícia só porque foi a uma roulotte de comida onde estavam sportinguistas. E nem o facto do pai estar ao lado (com um cachecol do Sporting) o impediu de ser quase linchado. Vi a claque do Benfica arremessar cadeiras para a zona onde estavam os adeptos do Sporting, onde estavam crianças! Vi material pirotécnico, vi um verylight lançado pela claque do Benfica para essa mesma zona. É a velha história. Um iogurte não pode entrar, mas os petardos entram todos.
Um dia antes, vi uma tarja criminosa e assassina exibida pela claque do Benfica, a lembrar de forma orgulhosa que tinham morto um adepto do Sporting na final da Taça de Portugal, em 1996. Na bancada estava o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, que nada fez. É inacreditável que a direção do Benfica não tenha condenado aquela faixa. O presidente encarnado passa sempre entre os pingos da chuva, enquanto Bruno de Carvalho é apelidado de fanático e índio. É muito fácil bater no presidente leonino.
Com a confusão instalada, o que se passou no domingo era inevitável. Em vez de cortarem relações, Sporting e Benfica deviam, de uma vez por todas, acabar com isto. Acabar com o poder das claques, fações de adeptos (algumas delas com ligações criminosas) que mandam nos clubes e que instigam tudo isto. Mas não me parece existir interesse de ambos. Em 1996, morreu uma pessoa num estádio a ver uma final da Taça de Portugal. Teve o azar de estar no lugar errado, à hora errada. O que aprendemos com isso? Nada. A continuar assim, vão morrer mais pessoas nos estádios. E vamos continuar a assobiar para o lado.
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