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Sou o pior faixa branca de sempre. E é isso que vai tornar a viagem épica. (Entretanto ganhei a faixa azul, o que torna isto ainda mais inacreditável!)
Cristiano Ronaldo venceu a segunda Bola de Ouro da carreira, símbolo do melhor futebolista do Mundo em 2013. O sucesso de CR não foi ditado por aquele jogo na Suécia, mas começa em dias como o de hoje e o de amanhã, em que não há jogos. É aí que está a base do êxito do futebolista.
Cristiano Ronaldo é o melhor do Mundo porque sempre acreditou ser o melhor. É alguém com um talento enorme, mas que sempre soube que esse talento, sem trabalho, não o iria levar a lado algum. Olhem para Ricardo Quaresma, alguém com a mesma qualidade e vejam onde estão ambos. Ronaldo é alguém obcecado pelo treino, que trabalha a toda a hora, que passa horas no ginásio e mais horas no relvado a treinar, a aperfeiçoar aspetos técnicos do jogo. Faz lembrar o tenista Arthur Ashe, que fazia mil serviços por dia ou o basquetebolista Larry Bird, que passava a vida a lançar ao cesto. Nos momentos de pressão, nunca falhavam. Fora do relvado, é especialista no treino invísivel. Não fuma, não bebe, a alimentação não tem falhas e o descanso é sagrado. E assim se impedem lesões.
Quatro anos depois da primeira Bola de Ouro, vimos um CR7 a chorar, junto ao filho. Vimos uma pessoa melhor, um homem adulto e não um miúdo. Vimos um Cristiano Ronaldo mais confortável no papel de Cristiano Ronaldo. Alguém sem nada a provar, que um dia pôs na cabeça que seria o melhor do mundo e que não descansou até o conseguir. Alguém narcisista, mas que utiliza essa obsessão para ser ainda melhor, para quebrar todos os recordes, para ser imortal.
O que mais adoro em Ronaldo é a falta de humildade. Quem é bom não tem de ser humilde. Só fica mal. Cristiano Ronaldo é o exemplo para todos nós de que a competência vence. Que o trabalho leva-nos onde nunca pensámos ir e que a única pessoa que tem de acreditar somos nós próprios. E mais ninguém. CR7 tem uma determinação poucos atletas têm e isso é a razão do seu sucesso. A mim, que conheço a sua história e percurso, deixa-me motivado. Se um miúdo pobre da Madeira disse a ele próprio que seria capaz (e foi!), não há desculpas. E essa é a maior lição que Cristiano Ronaldo nos pode dar. Não precisamos de ter um Porsche ou uma Bola de Ouro para sermos o Cristiano Ronaldo.
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