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Ninguém vai chorar por nós

por umavidasemcouves, em 16.10.14

A seleção do Irão, treinada pelo português Carlos Queiroz, fez nestes dias um estágio em Lisboa para preparar a participação na Taça Asiática, marcada para o próximo ano. No último dia de estágio, o Irão jogou um particular com o Benfica, no centro de estágio do Seixal. Seria, certamente, o teste mais exigente para a formação asiática, além de ser um bom particular para as águias, sem competição devido aos compromissos das seleções. Por imposição do Benfica, o jogo realizou-se à porta fechada. Mas houve um imprevisto. Alguns iranianos residentes em Portugal e outros que viajaram DE PROPÓSITO a Portugal para verem a seleção também quiseram ver o jogo. O Benfica lá os deixou entrar, mas apenas por insistência da embaixada iraniana em Portugal, presentes também eles no Seixal. O Irão venceu por 1-0, mas ninguém pôde festejar o golo. Por ordem do Benfica, ninguém podia fazer barulho ou manifestar alegria. O jogo era particular e o anfitrião não permite tais manifestações. Mal acabou a partida, os adeptos do Irão deixaram o centro de estágio e queixaram-se. Disseram nunca ter visto algo assim. O Benfica perdeu o bom senso há muito tempo. Os jornalistas são tratados como merda, são impedidos diariamente de informar. Neste momento, é impossível conseguir fazer um bom trabalho naquele clube. Naquele e em qualquer outro. Que os jornalistas sejam tratados como lixo já é naquela. Quem anda nesta profissão tem de aprender a ser humilhado. Mas esta loucura num simples jogo particular foi de mais. Aos poucos, os jornalistas foram arredados de tudo. Falar com um jogador é impossível. No Benfica, por exemplo, é-lhes imposto o medo. Chegam a dizer-lhes que somos o inimigo. Nem ordem têm para dizer "bom dia". Os clubes estão a matar-nos e é uma questão de tempo até acabarmos todos no desemprego. Sem acesso básico a informação, os jornais não podem sobreviver. Um jornal que demorava horas a ser lido, hoje é visto em dois minutos. Pouco ou nenhumas notícias, apenas conteúdos, a maioria imaginativos. O pior disto tudo é que ninguém quer saber. Até os adeptos do futebol já não se interessam. Vamos todos desaparecer. E o mais triste é que ninguém vai chorar por nós.

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