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Para a Liga Europa, já

por umavidasemcouves, em 22.10.14

O que aconteceu, ontem, em Gelsenkirchen ultrapassa os clubismos. Aconteceu ao Sporting, podia ter acontecido ao Benfica, ao FC Porto ou a outra equipa portuguesa. Podia ter acontecido a um Ajax, um Olympiakos ou um Celtic. Nunca foi tão grave, mas casos destes é o que mais temos.

O que aconteceu, ontem, em Gelsenkirchen é a demonstração perfeita do que se tornou a Liga dos Campeões. Uma prova elitista, entre os clubes que têm dinheiro e os que não têm. Aos mais pequenos nada mais é permitido, a não ser ganhar umas coroas pela presença e tentar ter uma participação digna. Participação essa que passa pela qualificação para a Liga Europa e tentar não ser goleado pelos tubarões.

O que aconteceu, ontem, em Gelsenkirchen faz as pessoas deixarem de acreditar no espetáculo. Tantos erros de uma equipa de arbitragem russa a favor de uma equipa patrocinada...por uma empresa russa (por sinal um dos principais patrocinadores da prova) abre caminho à especulação.

A culpa é da UEFA, que criou este modelo de negócio, e que não vai abdicar dele. No campo, o Sporting provou ser muito melhor do que o Schalke. Esteve a um passo de vencer pela primeira vez na Alemanha. Mas eles não deixam. Por mim, prefiro que o Sporting fique em terceiro e vá à Liga Europa do que se apurar para os oitavos de final. Se o Sporting ousar chegar à segunda fase, nem quero acreditar no que pode acontecer.

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A jornada europeia

por umavidasemcouves, em 03.10.14
Perdoem-me a demora, mas os últimos dois dias foram frenéticos. Fui vendo aos poucos as equipas portuguesas na Europa e aqui vai disto:

1. O Sporting está a um central de eleição de formar uma grande equipa. Contra o Chelsea, gostei muito de ver a equipa de Marco Silva jogar na segunda parte. Boa resposta, grande intensidade de jogo, muita agressividade. O Sporting conseguiu que o Chelsea sentisse que a vitória não estava assegurada. Faltaram alguns instrumentos no último terço. Houve demasiada ânsia na hora de finalizar. Os médios do Sporting estiveram várias vezes com a possibilidade de rematar de longe, mas faltou concentração.

2. Se não fosse Rui Patrício, o Sporting tinha sido goleado. Mas isso não apagaria a excelente segunda parte. A diferença de valor entre o Chelsea e qualquer grande português é enorme. Quer na qualidade dos jogadores, quer no jogo. Repararam na velocidade com que o Chelsea ia de uma área à outra? Até o Bayern pode perder com a equipa de Mourinho, quanto mais uma formação lusa. É o preço da Champions, uma competição cada vez mais desnivelada. Pode ser que as regras de "fair-play" financeiro diminuam as diferenças. Mas o fim dos fundos impede que a uma equipa portuguesa consiga grande jogadores. Tudo tem um custo.

3. Lopetegui deve ter percebido que há alguns jogadores que não podem sair da equipa. Aboubakar pode ser um bom suplente, mas não pode jogar no lugar de Jackson. Além disso, não percebi a inclusão de um central (Marcano) a trinco. O FC Porto tem um plantel fantástico, mas um técnico que está a demonstrar não ter mãos para tanta qualidade. Não ser campeão com aquela equipa é uma enorme demonstração de incompetência.

4. Jorge Jesus fez uma escolha declarada na Alemanha: o grande objetivo é o bicampeonato. Mas depois de perder em casa na primeira jornada, não sei se o momento foi o melhor. Vi o resumo alargado do Leverkusen-Benfica e vi uma equipa vulgar. O Benfica tem três grandes jogadores no plantel: Salvio, Gaitán e Enzo Pérez. Quando dois não funcionam, o conjunto parece um castelo de cartas. Este Benfica é claramente para consumo interno, mas ainda não justifica a vantagem que possui. Basta ao FC Porto ser competente e ao Sporting tirar Sarr da equipa.

5. Grande vitória do Estoril com o Panathinaikos, a provar que eu estava errado. Os jogos com o Dínamo de Moscovo serão decisivos.

6. Como era de esperar, Portugal já está a descer no ranking da UEFA. As equipas portuguesas estão a perder competitividade. Já se esperava.

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Inglês técnico

por umavidasemcouves, em 17.09.14

Corre na Internet o vídeo do final do jogo de ontem, entre Benfica e Zenit, para a Liga dos Campeões, quando o jornalista da TVI Pedro Neves de Sousa entrevistou Samaris, jogador do Benfica. Ora, como o jornalista não fala grego, e o jogador não fala português, a conversa tinha de ser em inglês, a suposta língua universal. Não correu bem.

 

Pedro Neves de Sousa bem tentou, mas demonstrou não saber falar inglês. Samaris não percebeu nada, gerou-se ali um momento de desconforto e a resposta foi sofrível. Milhões de espectadores viram a entrevista em direto. E, como é óbvio, o jornalista foi massacrado nas redes sociais. Conheço Pedro Neves de Sousa, é um dos melhores jornalistas que conheço. Tomara que todas as redações tivessem um profissional como ele. Não merece a chacina pública que está a ter, sobretudo dos próprios colegas de profissão, miúdos que passam a vida no Twitter e que nunca deram uma notícia na vida.

 

Mas, por outro lado, Pedro Neves de Sousa pôs-se a jeito. E quem o enviou para aquele jogo não o ajudou. Hoje em dia, não concebo como pode um jornalista não saber falar inglês, ainda por cima na cultura anglo-saxónica em que vivemos. Se o repórter não sabe falar inglês, não pode estar em direto para milhões de espectadores e estar sujeito a ter de falar aquela língua. Sem culpa alguma, acabou por prestar um péssimo serviço à classe. Não foi só ele que fez figura de parvo. Foram todos os jornalistas.

 

 

 

 

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Folclore

por umavidasemcouves, em 17.09.14

Está tudo doido com a reação dos adeptos do Benfica no final da partida com o Zenit. Foi bonito, sim senhor, mas serviu para o Benfica mascarar os problemas que possui. O campeão nacional perdeu em casa com uma excelente equipa, mas de segunda linha europeia. Nesse jogo nem meia casa estava, o que devia preocupar ainda mais a SAD encarnada. E o Benfica perdeu com naturalidade, caiu com os próprios erros, falhas cometidas por jogadores sem qualidade para jogar numa Liga dos Campeões.

 

Habilmente, os assessores de Luís Filipe Vieira colocaram o presidente do Benfica a agradecer a manifestação de apoio. E logo a comunicação social, sempre amestrada, viraram o foco do jogo. De uma derrota óbvia, de uma equipa sem andamento para a Champions, a uma ode ao benfiquismo. Um folclore enorme. Como se já não tivesse acontecido em Portugal. Lembro-me de Alvalade gritar pelo Sporting num jogo com o Belenenses, a poucos minutos do FC Porto se sagrar campeão, por exemplo.

 

Amanhã, em vez dos jogos de Sporting e FC Porto na Liga dos Campeões, os jornais vão falar da maior vitória moral de sempre do futebol português.

 

Veremos se existirão mais manifestações destas quando o Benfica for eliminado da prova. Depois do que vi ontem, é uma questão de tempo.

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Champions

por umavidasemcouves, em 17.09.14
O Benfica perdeu com toda a naturalidade com o Zenit. Um jogo atípico, em que as águias até mostraram atitude, mas apenas isso não chegou.

Hoje ficou demonstrado que o Benfica está mais fraco e que perdeu algum andamento para a Champions. Até pode chegar para bater Leverkusen e Mónaco, mas duvido que esta equipa vá longe.

Atacar a Liga dos Campeões com Jardel e Talisca a titulares e lançar Paulo Lopes, Derley e André Almeida é a demonstração da perda de poder do Benfica. O Zenit de Villas Boas conhecia demasiado bem este Benfica e desmontou a equipa em menos de nada. Explorou a falta de velocidade de Eliseu e as diagonais deixaram sempre os russos em situação de finalização quando chegavam ao último terço encarnado. E o Zenit fê-lo sempre com controlo, em posse. Tudo planeado.

Enzo Pérez está fora de forma e não foi ajudado por Samaris. O grego foi presa fácil para Danny e Witsel. Jorge Jesus teima em não apostar no 4x3x3, mas era a melhor forma de equilibrar a equipa em jogos onde não se pode falhar. E jogadores não lhe faltam para o meio-campo.

Esta derrota obriga o Benfica a não perder em Leverkusen. Uma derrota na Alemanha deixa já o Benfica a lutar pela Liga Europa. Será o verdadeiro teste para aferir do estofo de Champions deste Benfica.

Nos outros jogos, tirando a vitória do Olympiakos sobre o Atlético de Madrid, não existiram surpresas. A goleada do Real Madrid sobre o Basileia foi o único resultado desnivelado. Valha-nos isso. Porque competitividade é coisa que não existe na Liga dos Campeões.

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