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O verdadeiro Sporting

por umavidasemcouves, em 04.06.15

Sou sportinguista desde sempre, sócio há 13 anos, e nunca me senti tão envergonhado como hoje. Nem quando perdemos com FC Porto ou Benfica, ou levámos na boca da Académica numa final da Taça de Portugal. Até a final da Taça UEFA perdida em Alvalade eu ultrapassei. Mas este vexame que estou a passar (eu e todos) jamais irei esquecer ou perdoar.

 

O ridículo é tanto que o Sporting alega que, na final da Taça de Portugal, Marco Silva não usou o fato oficial do clube. Até isto serve para despedir uma pessoa...

 

Espero, sinceramente, que Marco Silva saiba distinguir as coisas. Que não julgue que isto é o Sporting. Porque não é! O Sporting, o verdadeiro, é enorme e não trata assim quem acabou de lhe dar um título. Espero que, daqui a uns anos, Marco Silva olhe para trás e sinta orgulho de ter treinado o Sporting. Bruno de Carvalho à parte. Porque os verdadeiros sportinguistas nunca o esquecerão.

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Marco Silva

por umavidasemcouves, em 04.06.15

Se o Sporting opta por Jesus, está no seu direito. Mas Marco Silva não merecia ser tratado assim. Despedir um treinador com justa causa (e logo depois de ter ganho uma Taça de Portugal!) é feio, muito feio. Caso Bruno de Carvalho não tenha reparado, nenhum sportinguista queria a saída de Marco Silva. Assim não se faz.

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Jorge Jesus no Sporting

por umavidasemcouves, em 04.06.15

A ida de Jorge Jesus para o Sporting é a maior bomba no defeso desde 1993, quando Sousa Cintra aproveitou os problemas financeiros do Benfica e contratou Paulo Sousa e Pacheco. Esteve próximo de adquirir João Pinto, mas Jorge de Brito segurou-o. João Pinto acabou por ir para Alvalade, em 2000, numa transferência quase inevitável.

 

Esta jogada de Bruno de Carvalho deixou os adeptos do Benfica num estado de fúria e incredulidade que nunca vi. A maioria sempre temeu que JJ fosse para o FC Porto. Nunca ninguém temeu o Sporting. Bruno de Carvalho tem uma atitude que não se via em Alvalade desde João Rocha e Sousa Cintra. Uma mistura entre arrojo e irresponsabilidade. Para Bruno de Carvalho não há impossíveis. Veremos o que acontece no futuro.

 

Mas a ida de Jorge Jesus para o Sporting e consequente saída do Benfica levantam várias questões. Aqui ficam algumas que acho pertinentes.

 

A saída

A relação entre Vieira e Jesus estava longe de ser perfeita. E não era de agora. JJ gosta de ter o controlo de tudo, e sentiu que já não o tinha. A contratação de Mukhtar, em janeiro, e de Marçal, Ederson, Diego e Hassan, para a próxima época, não tiveram a sua autorização. JJ não gostou de ver o processo da renovação de Maxi Pereira a arrastar-se. Mais recentemente, não ficou contente quando soube do pré-acordo com Rui Vitória.

 

O treinador do V.Guimarães há muito sabia que seria o substituto de Jesus, ao ponto de ser indemnizado se Jesus ficasse. Vieira sempre pensou que JJ sairia para o estrangeiro, mas os convites que surgiram não lhe agradaram. Ao longo deste último mês, Jesus sabia do interesse do Sporting, e nunca o rejeitou. Informou-se sobre o plantel leonino e foi recolhendo informação. Mas a prioridade era o Benfica. Mas cedo Jesus percebeu que Vieira já não o desejava. As reuniões entre ambos não chegaram a qualquer acordo, e Jesus ficou ainda mais magoado quando o Benfica e Jorge Mendes, à pressa, lhe arranjaram um clube em França. Jesus recusou. Estava consumada a saída do Benfica.

 

Porquê o Sporting?

Acredito que a parte emocional foi importante. Jesus não quis sair de Lisboa devido ao debilitado estado de saúde do pai. Todos conhecem o passado ligado ao Sporting e, pelo que sei, as pessoas mais próximas do treinador encorajaram-no a ir para Alvalade. Mas não vamos ser ingénuos. O contrato milionário também ajudou.

 

O projeto do Sporting

Mais do que roubar o treinador ao rival, contratar JJ significa que o Sporting quer ganhar tudo. Mas pagar seis milhões de euros por ano é loucura. O dinheiro vem de investidores de Angola e Guiné Equatorial. Mas ninguém dá assim tanto dinheiro a fundo perdido. Quais são as contrapartidas?

 

Contratar JJ significa que o Sporting tem de aumentar o orçamento. Jesus não aceitaria os leões sem garantias de ter uma equipa competitiva para lutar por títulos. Acredito que nenhum dos principais jogadores sairá. Aposto que as contratações serão sonantes. Logo, não consigo perceber o que raio vai na cabeça de Bruno de Carvalho. Quando chegou ao Sporting, conseguiu a reestruturação financeira e poupou onde pôde. Impôs tectos salariais e um orçamento para o futebol a rondar os 25 milhões de euros, menos de metade dos rivais. Tem a UEFA à perna com o fair-play financeiro, e decide passar a gastar o que não tem? Veremos o que será o futuro do Sporting e o preço a pagar por esta operação. Com mais três anos de contrato, Marco Silva era perfeito para a estratégia atual do Sporting.

 

A queda da formação

A contratação de JJ significa a queda da formação. Só pode. Mais do que um projecto, a aposta do Sporting na formação era uma filosofia. Mas isso nunca deu campeonatos ao Sporting. Deu aos rivais…Na verdade, a formação do Sporting atravessa uma crise. Abaixo da equipa principal, só vejo quatro jogadores com capacidade de chegar à primeira equipa: Iuri Medeiros, Gelson Martins, Wallyson e Matheus Pereira. JJ é o treinador perfeito para espremer os jogadores. Estou curioso para ver o que conseguirá de William Carvalho, Carrillo ou João Mário. E isso é algo que Marco Silva ainda não tem. E não me parece que alguma vez venha a ter.

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Ao menos disfarça

por umavidasemcouves, em 29.12.14

Para um treinador no fio da navalha, a orientar uma equipa de miúdos, fazer aquela cara de frete enquanto Dramé faz um golo não fica bem a Marco Silva. Bruno de Carvalho exultou, o jogo terminou com toda a equipa abraçada, mas Marco Silva nem um sorriso teve naquele momento. Foi cumprimentado por Augusto Inácio, respondeu a um cumprimento do roupeiro Paulinho, e dirigiu-se de seguida para o conforto do amigo Rui Vitória. O clima de paz podre com Bruno de Carvalho é por de mais evidente, mas talvez não ficasse mal ao treinador mostrar alguma alegria pelos golos, mesmo que tenham sido apontados por jogadores que raramente orienta. Era um bom gesto, sobretudo para os milhares de sportinguistas que se têm insurgido contra o provável despedimento do treinador. Para um técnico que esta em quinto lugar numa das ligas mais fracas de sempre, que foi incapaz de ganhar em casa a Moreirense, Belenenses e Paços de Ferreira, Marco Silva até tem vários fãs. Ficava-lhe bem outra atitude.

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Marco Silva

por umavidasemcouves, em 29.12.14

Para um treinador no fio da navalha, a orientar uma equipa de miúdos, fazer aquela cara de frete enquanto Dramé faz um golo não fica bem a Marco Silva. Bruno de Carvalho exultou, o jogo terminou com toda a equipa abraçada, mas Marco Silva nem um sorriso teve naquele momento. Foi cumprimentado por Augusto Inácio, respondeu a um cumprimento do roupeiro Paulinho, e dirigiu-se de seguida para o conforto do amigo Rui Vitória. O clima de paz podre com Bruno de Carvalho é por de mais evidente, mas talvez não ficasse mal ao treinador mostrar alguma alegria pelos golos, mesmo que tenham sido apontados por jogadores que raramente orienta. Era um bom gesto, sobretudo para os milhares de sportinguistas que se têm insurgido contra o provável despedimento do treinador. Para um técnico que esta em quinto lugar numa das ligas mais fracas de sempre, que foi incapaz de ganhar em casa a Moreirense, Belenenses e Paços de Ferreira, Marco Silva até tem vários fãs. Ficava-lhe bem outra atitude.

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Marco Silva

por umavidasemcouves, em 26.12.14

Esta sexta-feira deve ser anunciada a saída de Marco Silva do Sporting. A corda partiu de vez, e só uma mudança total de Bruno de Carvalho ou a falta de dinheiro podem aguentar o treinador no clube. O próprio técnico já não parece ter muita vontade de permanecer em Alvalade, sítio onde nunca sentiu grande apoio por parte da direção. Basta ver o que foi a política de contratações do Sporting. Evandro, por um lado, esteve com um pé no Sporting por ação de Marco Silva, mas Bruno de Carvalho e companhia recusaram pagar o que o jogador pedia, e Evandro seguiu para o FC Porto. A Alvalade chegaram jogadores supostamente mais baratos, mas já se sabe que o barato, por vezes, sai caro. Basta olhar para Slavchev, Ryan Gauld, Rabia, André Geraldes ou Sacko para perceber isto. Evandro ganha menos do que estes quatro juntos...A guerra fria entre Marco Silva e Bruno de Carvalho vem desde agosto, mas o treinador acabou por se ver envolvido num conflito com outra personalidade: Carlos Gonçalves, empresário de Marco Silva, e de Rojo e Montero, entre outros. O Sporting acredita que foi Carlos Gonçalves a convencer Rojo a não se treinar em Alcochete, numa altura em que o Manchester United demonstrou interesse no argentino. Antes disso, o presidente terá ordenado que Rojo jogasse no troféu Teresa Herrera. Marco Silva, por opção técnica, deixou o jogador de fora. Talvez tenha existido na Direção quem pensasse que o treinador satisfez um pedido do agente. Outro episódio poderá ser o da entrada de João de Deus para o lugar de Francisco Barão no comando técnico da equipa B. Van der Gaag era um dos nomes possíveis, e um treinador do agrado de Marco Silva, mas não rumou ao Sporting por ser representado por Carlos Gonçalves. Chegou João de Deus, um técnico por quem Marco Silva não nutre grande simpatia. A derrota em Guimarães precipitou o pior. Bruno de Carvalho usou o Facebook para criticar a equipa. Astuto, Marco Silva usou as críticas para agarrar o plantel. Hoje não há um único jogador que não apoie o treinador, algo impossível com o presidente. Pelo que conheço de Marco Silva, é treinador para ganhar títulos, mas precisa de tempo. Muito tempo. É o profissional perfeito para implementar uma filosofia de jogo e formatar um clube, assim como Klopp fez no Dortmund. Não é treinador para chegar, ver e vencer. Quem vê futebol e acompanhou o trabalho de Marco Silva no Estoril percebe isto. Talvez assim se explique tanto apoio a um treinador que está em quinto lugar na Liga. A confirmar-se a saída de Marco Silva, será um erro histórico, como foi o despedimento de Bobby Robson, ou a contratação de José Mourinho que nunca chegou a acontecer....

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Bruno de Carvalho

por umavidasemcouves, em 23.12.14

Em pouco menos de seis meses, Bruno de Carvalho conseguiu destruir tudo o que demorou quase dois anos a construir. Está a dar razão a quem o comparou a Vale e Azevedo. O clube vive um clima de guerra interna, desconhecida por muitos, mas só o inexplicável comunicado do presidente a revelou. Pelo meio, Bruno de Carvalho resolveu atacar a equipa de futebol e, sobretudo, o treinador. Em vez de dotar a equipa com bons jogadores (sobretudo centrais), o presidente leonino investiu muito dinheiro em jogadores sem qualidade para vestir aquela camisola (como Naby Sarr), sendo que a maioria nem qualidade tem para a equipa A. Onde andam Gauld, Slavchev ou Sacko, por exemplo? Na equipa B. Equipa B essa que já vai no terceiro treinador. Na formação as coisas estão caóticas. Foram contratados perto de 15 jogadores para os juniores, deitando à rua o trabalho de vários anos. Essa mesma equipa de juniores está a 16 pontos do Benfica no campeonato, e não há ali um único jogador com capacidade para chegar mais longe. Nos próximos dias será consumada a rescisão de Marco Silva. Despedir Marco Silva será um erro histórico, comparável ao que aconteceu com José Mourinho em 2000. O tempo acabará por me dar razão. Quanto a Bruno de Carvalho, resta-me encolher os outros e admitir: vocês tinham razão.

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Sporting-FC Porto

por umavidasemcouves, em 26.09.14

Algumas notas sobre o Sporting-FC Porto

 

1. Grande jogo de futebol, o melhor até ao momento na Liga. Empate mais do que justo, Sporting podia ter resolvido na primeira parte, FC Porto melhor no segundo tempo, com mais oportunidades (Jackson, Herrera e Tello), mas a sofrer com o remate à trave de Capel.

 

2. Grande primeira parte do Sporting. A pressionar alto, a defender bem, equipa a jogar no campo todo, com intensidade, profundidade e largura. Ala esquerda sempre a carburar, sobretudo quando Carrillo ajudou Jonathan Silva. O Sporting é a melhor equipa a jogar futebol em Portugal, a que mais entusiasma. Marco Silva é bom treinador, gosta de bom futebol e põe as equipas a praticar bom futebol. Foi assim no Estoril, está a ser assim em Alvalade. Dará títulos ao Sporting a médio/longo prazo, assim a Direção lhe dê condições (leia-se bons jogadores).

 

3. Apesar da grande exibição, o Sporting voltou a demonstrar que ainda não é candidato ao título. Por melhor futebol que o Sporting jogue, a equipa nunca está verdadeiramente confortável em campo. Foi assim em Maribor, foi assim com o FC Porto. Nenhuma equipa pode ser campeã com uma dupla de centrais tão banal. Maurício melhorou, Sarr teve azar no golo. Mas continua a não chegar.

 

4. A grande pecha do Sporting continua a ser a finalização. O Sporting marca poucos golos para um volume de jogo tão grande. Faltam alternativas a Slimani. Era impossível aos leões aguentarem o ritmo da partida durante os 90 minutos. Mal o meio-campo rebentou, o FC Porto pegou na partida e o empate passou a ser uma questão de tempo. Valeu ao Sporting Rui Patrício.

 

5. Este FC Porto ainda é um flop. Qualidade não falta aos dragões, mas o FC Porto falha demasiados passes. Está habituado a ter sempre a posse de bola, mas, em Alvalade, não soube reagir à pressão alta do Sporting. Lopetegui está a demonstrar que não tem mãos ainda para tanto craque.

 

6. Além de demonstrar que não conhece minimamente a Liga portuguesa, Lopetegui queixa-se todas as jornadas da arbitragem. Queixa-se mais do que José Mota. É obra!

 

7. Quaresma acabou. De vez. Antes do jogo lembrou-se de provocar os adeptos do Sporting com fotografias a beijar o emblema do FC Porto. Queria um ambiente adverso. Não sei se foi pelo aniversário, mas Lopetegui deu-lhe a titularidade. A par de Ruben Neves, foi o pior jogador da equipa. Pouco ou nada fez em campo e podia ter sido expulso, após falta dura sobre Nani. Foi substituído com naturalidade ao intervalo. Numa altura em que o FC Porto tem Óliver, Brahimi e Tello, Quaresma não tem lugar. Ponto. E ainda só está vivo devido à imprensa portuguesa. Quaresma é um daqueles jogadores que pensa que o talento chega para ter tudo. É uma pena. Hoje saiu ao intervalo e ninguém deu por nada...

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Luta de galos

por umavidasemcouves, em 19.09.14

E a guerra rebentou. Esta troca de palavras entre Jorge Jesus e José Mourinho, a meu ver, estava mais do que anunciada. E começou no final da época passada, quando o treinador do Benfica disse, de forma implícita, que era o melhor treinador português. Justificou a afirmação com os títulos conquistados e os jogadores que ajudou a formar. Acredito que Mourinho não tenha achado piada.

 

Jorge Jesus utilizou a famosa frase de D'Artagnan, na ressaca das palavras de José Mourinho sobre Talisca, quando o treinador do Chelsea disse que o jogador do Benfica só não estava no Benfica porque não conseguiu a licença de trabalho para jogar em Inglaterra. Jesus afinou porque lhe pisaram os calos onde é mais sensível: a descoberta de jogadores. Mais do que vencer títulos, o que dá mesmo gozo a Jorge Jesus é ver os jogadores deixarem o Benfica por milhões de euros. É assim que se justificam os quase 3 milhões de euros que o treinador recebe anualmente.

 

Em entrevista à TVI (uma belíssima entrevista), o treinador do Chelsea respondeu à letra e não foi educado. Foi baixo, até, ao expor os problemas de linguagem de Jorge Jesus, conhecido pelas sucessivos erros gramaticais. Até chegar à célebre frase de Alexandre Dumas e dos pontapés na gramática, Mourinho falou de "pessoas com vistas curtas", e das pessoas "menos inteligentes". Existem outras passagens na entrevista que interpreto como provocações a Jorge Jesus. Desde a conversa com Óscar sobre Nélson Oliveira, estrela do Mundial de sub-20 de 2011, e desprezado pelo treinador do Benfica, ou a indirecta aos que "dizem que encontram jogadores no Chiado e em Chelas." Mourinho tinha um alvo fixado: Jorge Jesus.

 

A verdade é que o treinador do Benfica pôs-se a jeito. Se calhar sem querer, mas pôs-se. E Mourinho foi duríssimo. O treinador do Chelsea fez, provavelmente, aquilo que muitos treinadores já queriam fazer. Muitos elogiam Jesus em público, mas, em privado, desprezam a altivez do treinador do Benfica. Já na época passada, Jesus foi deselegante para com Marco Silva, quando venceu o Estoril por 2-0 e disse que podia ter goleado com facilidade. O agora treinador do Sporting optou por não responder.

 

Com Mourinho foi outra música e, agora, os dois maiores galos do futebol português estão picados. Estou curioso para ver a resposta do treinador do Benfica. A meu ver, o departamento de comunicação tem duas hipóteses: ou Jesus recusa comentar, ou responde de forma assertiva, elogiando o palmarés de Mourinho, mas declarando-se injustiçado com o mal-entendido. isto se o departamento de comunicação conseguir fazer o que quer que seja. Por vontade de Jorge Jesus, acredito que a resposta ainda vai ser pior. Pessoalmente, acho que a montanha vai parir um rato.

 

No meio disto tudo, por incrível que pareça, está um jovem tosco de 20 anos, com uma alcunha que faz rir qualquer pessoa: Talisca. Não fossem os três golos ao V. Setúbal e nada disto tinha acontecido. Aqui dou razão a Mourinho. Talisca é internacional brasileiro, representou o país no Torneio de Toulon. Não é um desconhecido. Eu também posso ver o PFC e dizer que descobri o Marcelo Moreno e o Goulart, os melhores marcadores do Cruzeiro.

 

 

 

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Os centrais do Sporting

por umavidasemcouves, em 18.09.14

O empate do Sporting, esta noite, na Eslovénia, com o Maribor, e o início de época aos soluços começam na pré-época. E Marco Silva é o menos culpado. Os leões foram dos clubes que mais jogadores contrataram, mas não se reforçaram. Este Sporting ainda não é mais forte do que o da época passada. Talvez ainda o possa ser, o tempo o dirá.

 

Na época passada, a defesa do Sporting chegava para consumo doméstico, mas era fraquinha. Estava à vista de todos. Além disso, a equipa jogava de forma diferente, expunha-se menos aos ataques adversários, era mais compacta em campo. Para competir na Liga dos Campeões, o Sporting estava obrigado a gastar algum dinheiro no setor mais recuado. A saídas de Rojo para o Manchester United e de Dier para o Tottenham só aumentaram a urgência.

 

Chegaram três centrais, mas nenhum tem qualidade para ali estar. Ainda. Tenho esperança em Paulo Oliveira. Rabia chegou e lesionou-se. Sarr tem potencial, mas ainda não chega. Alguém lucrou com estas transferências (quem anda nisto sabe bem quem pôs ao bolso), mas a equipa ficou mais fraca. Porquê? Porque o outro central é Maurício, um brasileiro que chegou da segunda divisão daquele país. Tem alma, é guerreiro, mas é fraco. Tem erros de posicionamento dignos de um iniciado.

 

Tirando o jogo com o Arouca, o Sporting sofreu golos em todos os jogos. E todos foram demasiado consentidos. Carrillo errou em Coimbra e Rafael Lopes marcou; Salvio e Maxi Pereira trocaram a bola como quiseram e Gaitán rematou sem oposição na Luz; Deyverson cabeceou sem qualquer oposição no Sporting-Belenenses. Os números só não são piores porque Rui Patrício tem sido fundamental.

 

Posto isto, uma equipa que joga a Champions com Sarr e Maurício na defesa não pode ser competitiva. E Maribor demonstrou-o. O Sporting podia ter ganho por três ou quatro, mas nunca esteve confortável em campo. Com um meio-campo pouco agressivo, sofrer um golo com a falta de qualidade que existe na defesa é uma questão de tempo. Sofrê-lo aos 90+2 minutos, num lance digno de um sketch de Benny Hill só aumentou o dramatismo. A culpa é de Bruno de Carvalho e de Augusto Inácio, nunca de Marco Silva. Junte-se a isto tudo a ausência de um médio ofensivo. Podia ter sido Evandro, mas o FC Porto esforçou-se mais.

 

Quanto ao resto, o Sporting conseguiu o reforço do ano, Nani, mas o treinador do Sporting não consegue aproveitá-lo. O jogo do Sporting parece Nani e mais dez e assim é. O internacional português gosta de ter a bola, precisa de jogar com liberdade. Não me parece que colocá-lo numa ala seja a solução. Damos sempre por Nani na zona central, o que deixa a equipa coxa. A solução, a meu ver, passa por colocar Nani ao meio e lançar Mané ou Capel nas alas. A equipa ficava mais equilibrada, com maior profundidade e largura a atacar.

 

Slimani está a ser outro problema. O avançado argelino é um finalizador. Bom a aproveitar o espaço, fraco a criá-lo. Raramente define o espaço para atacar a bola. Umas vezes vai ao primeiro poste, outras ao segundo. Em Maribor, contra centrais fortes no jogo aéreo, foi presa fácil. Talvez Montero fosse melhor solução.

 

Posto isto, os cinco primeiros jogos demonstraram que este Sporting está mais fraco do que o Benfica e muito mais fraco do que o FC Porto. A classificação assim o diz. Dia 26 há jogo com os dragões e os leões jogam já aí a temporada. Uma derrota (ou mesmo um empate) deixam a equipa de Marco Silva fora do título no início de outubro.

 

Na Champions, o jogo mais importante era o de Maribor. Com uma vitória, o Sporting ficava já com mais três pontos do que os eslovenos e ainda tinha de os receber em Alvalade. A Liga Europa estava garantida e os leões podiam chegar aos dois jogos com o Schalke em condições de lutar pelo apuramento para os oitavos de final. Com esta igualdade, é preciso vencer o Chelsea. Ainda por cima os ingleses empataram hoje com os alemães. 

 

Isto não está nada fácil para Marco Silva.

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